quarta-feira, 22 de junho de 2011

IRON MAN

Segue um texto bem bacana que encontrei em pesquisas pela net, acho que da a resposta aos curiosos, expectadores e aficcionados pelo esporte que se perguntam como é fazer um iron.

Como é fazer um ironman ?
Esse texto foi retirado do Site Treine.net e responde fielmente  a pergunta:“Como é fazer um Ironman?”
Pois bem, baseado nas experiências de alguns amigos, e em minhas próprias desventuras, acho que “fazer um Iron” é mais ou menos assim:
Você tira alguns dias de folga, e vai para Floripa com a família, amigos e agregados na última semana de Maio. Aí, quando chega o domingo, você acorda lá pelas quatro e meia (da madruga, não da tarde), e da uma espiada pela janela. Lá fora, faz bastante frio, e venta um pouco. Um pouco demais. Então, ao invés de voltar para a cama como qualquer pessoal normal, você toma café, enfia-se (literalmente) em uma roupa de borracha, veste uma touca colorida, e pendura no pescoço um óculos engraçado. Finalmente, apesar do frio, do vento, e principalmente da total ausência de sol, você vai à praia, trajado feito uma formiga em dia de carnaval.
Chegando lá, você é conduzido, junto com mil e tantos outros desequilibrados que também acordaram de madrugada, e estão usando a mesma fantasia ridícula, até uma espécie de “curralzinho” na beira da praia, onde fica aguardando um sinal para sair correndo. E quando o sinal chega, você realmente sai correndo, só que não de volta para cama, como seria de se esperar, mas para dentro d’água. Diga-se de passagem, a água está muito gelada. A partir daí, se você sobreviver aos primeiros dez minutos sem ser mutilado pela avalanche humana que invade o mar, resta continuar nadando mais uns 3,5 km sem parar, para não ser afogado pelos que vem atrás, e principalmente para não congelar.
Quando, e se, você chegar na areia, o primeiro pensamento é correr de volta para cama. Mas, antes que isto seja possível, meia dúzia de lutadores de jiu-jitsu te jogam no chão, arrancam sua roupa de borracha, sua touca, e seus óculos (e não raro sua sunga ou maiô). O único caminho, então, é pegar outra muda de roupas em uma tenda branca, parecida com aquela das Mil e Uma Noites, e seguir em frente. Você entra na tal tenda de sunga, e sai do outro lado feito o Aladim, vestindo um turbante de plástico, uns sapatinhos engraçados com salto no meio, e umas roupinhas coloridas. Só que para percorrer os próximos 180 km, ao invés de tapete mágico, há somente bicicletas. Portanto, assim que você consegue achar a sua, no meio das mil e tantas outras estacionadas do lado de fora da Tenda Mágica, é hora sair para um passeio pela “Ilha da Magia”. Você passeia e sorri para o público que lhe aplaude, passeia mais um pouco e sorri para o pessoal que fica preso nos engarrafamentos causados pelos mil e tantos ciclistas invadindo o centro da cidade, continua passeando e sorri até para os competidores que lhe deixam para trás. E aí você passeia mais um montão, e quando chega no lugar de onde saiu, percebe, para seu absoluto desespero, que é necessário dar mais uma volta. E então, talvez por causa da dor nas pernas, na bunda e nas costas, e da assadura na virilha, você sente que embora o cenário seja o mesmo, o seu humor vai ficando bem diferente, e passa a ignorar o público, xingar os motoristas que estão no engarrafamento, e mostrar o dedo do meio para os competidores que lhe ultrapassam.
Finalmente, como não há mal que sempre dure, você chega novamente ao local de partida. Desta vez, você desce da bicicleta, obcecado por voltar à cama, mas antes que possa fazer meia volta e fugir daquele inferno, os simpáticos voluntários lhe indicam um outro corredorzinho, que leva, adivinhem.... novamente para a Tenda Mágica.
E aí os seus problemas, que você achava que tinham acabado, realmente começam. Já sem a bicicleta, diante do corredor, o seu cérebro diz “em frente”. Ato contínuo, sua perna esquerda vai para a direita, sua perna direita vem para a esquerda, e seu corpo balança para o lado que o vento está soprando. Amparado pelos voluntários você recupera o equilíbrio e, feito um filhote de girafa recém nascido em busca da mãe, começa a percorrer o caminho que leva de volta à tenda, sob os calorosos aplausos e fervorosas orações dos espectadores.
Dentro da tenda mágica, novamente uma transformação. Entra o filhote de girafa, sai o Homo Meio Erectus, (achando que está) pronto para um jogging de 42 km pelas redondezas. A respeito desta corridinha, caminhada ou arrastada, acho que é suficiente dizer que, durante a mesma, ateus convertem-se em crentes, crentes viram agnósticos, católicos abraçam muçulmanos, muçulmanos rezam para a Virgem Maria, e todos os anjos e santos deste planeta, e de outros próximos, são mobilizados.
Eventualmente, e a despeito de tudo o que conspirou para que isso não acontecesse, praticamente todos cruzam a linha de chegada. Uns bem, outros mal, e muitos bem mal. Mas todos, sem exceção, realizados. É isso mesmo: REALIZADOS!!!
Por quê?
Sinto muito, o título lá em cima diz claramente: “Explicando o Iron” e isso eu já fiz.
“Entendendo o Iron” é coisa para Freud, Jung e seus comparsas.

Por Douglas Pontele

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