O ciclismo indoor
Em meados dos anos 50, na Europa, foram criados equipamentos de treinamento, que receberam o nome de ROLOS. Estes equipamentos tinham como objetivo solucionar os problemas enfrentados pelos ciclistas para seus treinamentos nos longos períodos do inverno europeu, que conta não só com o frio, mas também com a neve. Depois de muito tempo e da evolução dos rolos, estes que podem ser fixos (onde a roda da frente da bicicleta costuma ser travada em um bloco) ou de equilíbrio (onde as duas rodas da bicicleta fica livres e assim é necessário que o ciclista esteja bem mais concentrado, aproximando-o mais ainda da realidade de seu esporte), um sul africano naturalizado americano, conhecido com Johnny G, criou a “modalidade” que hoje é chamada de ciclismo indoor ou ciclismo de academia, desenvolvendo uma bicicleta de resistência mecânica, onde a percepção de esforço proporcionada pela roda desta bicicleta seria bem mais próxima do ciclismo real.
Benefícios
A predominância aeróbia (cardiovascular) nas duas atividades é indiscutível, mas existem detalhes importantes. O ciclismo outdoor, feito na rua ou estrada, permite a simulação de uma competição com emprego das técnicas pertinentes (vácuo, ataque, abastecimento…). Também exige acurado senso de troca de marchas e recuperação de velocidade após curvas subidas e descidas. O ciclismo indoor permite controle mais efetivo das variáveis do treinamento (freqüência cardíaca, RPM, sprints, tempo…), pois não será afetado pela velocidade do vento ou mudança da inclinação da pista. Nele pode ser proposto determinado tempo de sprint (esforço máximo sobre a bicicleta), com recuperação ativa ao alterar a carga empregada. Particularmente, é mais fácil controlar essas informações de forma indoor. Nessa atividade também é possível considerar o trabalho de força realizado pelos membros inferiores com cargas significativas.O Ciclismo Indoor como ferramenta de treino Considerando a hipótese de que em um treinamento indoor, sejam consideradas todas as derivantes do ciclismo real, como o ajuste correto do equipamento (bicicleta estacionária de resistência mecânica, a altura e a distancia do banco e do guidom), bem como o nível de esforço proposto (avaliado através da Freqüência Cardíaca em diferentes “zonas de treinamento”), as técnicas de pedalar (em posições diferentes sobre a bicicleta, porem considerando os fatores de segurança e as adaptações biomecânicas de cada praticante) e ainda a cadência dos pedais medidas em Rotações Por Minuto dos pedais), estes treinamentos podem, com certeza estar bem próximos ao que costumamos fazer nas ruas e assim desta maneira serem grandes aliados nos dias em que por um ou outro motivo não poderíamos treinar na rua.
É de suma importância que as diferentes sugestões de cadências, sigam uma sinergia com o que costumamos fazer em nossos treinamentos de ciclismo, assim devemos sempre considerar que podemos obter um determinado nível de esforço (Freqüência Cardíaca) através de diferentes cadências (Rotações Por Minuto dos pedais), porem estas com diferentes propostas de adaptação neuromuscular para os membros inferiores (coxas e pernas).
Assim, quando um praticante atinge uma determinada freqüência cardíaca proposta em seu treino com uma cadência entre 60 e 70 RPM, este obterá uma maior adaptação neuromuscular relacionada ao que poderíamos chamar de “Resistência de Força”.
Para a mesma freqüência cardíaca atingida com uma cadência entre 100 e 110 RPM, este obterá uma maior adaptação neuromuscular relacionada ao que poderíamos chamar de “Força Rápida”.
Quando este mesmo praticante receber a sugestão de pedalar ainda com a mesma freqüência cardíaca para uma cadência entre 80 e 90 RPM, poderíamos considerar que o mesmo estaria pedalando em uma “Zona de Transição” entre as forças, onde a PREDOMINANCIA entre o que chamamos de “Resistência de Força” e “Força Rápida” estaria transitando, o que poderíamos chamar de “Zona de Força de Limiar”.
O respeito pela intensidade proposta neste tipo de treinamento é fundamental para que ele esteja mais próximo do ciclismo, afinal, nem os grandes atletas costumam treinar em altas intensidades todos os dias. O ideal é que haja uma variação proposta entre diferentes intensidades.
- FRACA (abaixo do limiar);
- MÉDIA (bem próxima ao limiar);
- FORTE (acima do limiar), estando estas divididas de uma forma a respeitar o que costumamos chamar de “Periodização de Treinamento”.
Fonte: http://www.metabolismoacademia.com.br/blog/o-ciclismo-indoor-como-ferramenta-de-treino/